domingo, 14 de dezembro de 2008

O massacre da laranja elétrica

Axé, Saravá, Shalom, Aloha, Efaristó (é grego, seus beócios) ...

Senhores, não cabe brincar com as forças do Sobrenatural. Nosso ilustre enciclopedista, por exemplo, depois da derrota acachapante da semana passada, não quis saber de colete branco, laranjou totalmente. Claro, não é preciso ser um Einstein para adivinhar que o colete branquelo perdeu a quinta partida seguida. A quinta, repito, a quinta!

Também, não é pra menos, armaram, com todo o respeito, um time de primeira para sapecar mais uma derrota no colete de cor inominável e nefasta. Vejam só o meio de campo: Ratinho, Manuel, Victor e Moutinho, nosso ex-ateu. Do outro lado, bem, não vou mencionar para não botar lenha na fogueira das vaidades, mas saibam que do outro lado não havia nada parecido a Andrade, Adílio e Zico, o imortal e canônico meio-de-campo do Flamengo.

Além disso, devido ao absenteísmo contumaz e inexplicável de uma série de próceres da nossa pelada, havia apenas 13 presentes. Este número cabalístico só poderia significar mais uma jornada de terror para os infelizes portadores do colete branquicida.

Para piorar a covardia, os laranjistas ainda começaram com mais um, com mais um e com o sol castigando os branquelos, logo eles, sabidamente avessos aos raios mais contundentes do astro-rei. O placar do primeiro tempo já decretara a permanência do tabu: 6x2! E olha que esses números não refletem totalmente o domínio laranja que foi amplo, geral e irrestrito, além de cruel, senhores, cruel.

No segundo tempo, um fato novo, novíssimo, na verdade: Heitor passou para o lado dos brancos, e à custa de muito sangue, suor e lágrimas a branquelândia venceu a etapa final por 5x4, o que não impediu um placar final de 10x7 para a Laranja Elétrica. Teremos que esperar mais uma semana para ver se finalmente a maldição terá fim. Enquanto esperamos ansiosamente pela hora da verdade, eis a análise ponderadíssima das atuações individuais.

LARANJA

Manuel: joga tanto que deveria ser banido da nossa pelada: ninguém consegue roubar a bola do pé dele, é irritante. Formou um quadrado mágico com os já mencionados Ratinho, Victor e o pai-de-santo Moutinho.

Ratinho: roeu, rasgou e rompeu a defesa adversária. Ave Maria!

Victor: o genial careca estava em manhã inspirada, regendo o meio-de-campo, fazendo gols antológicos, ora com a força de um chute possante e indefensável, ora com um toque sutil por sobre o goleiro.

Pai do Th.Neves: Atuação sóbria na defesa. Boa estréia.

Marcelo Castanha: Além da granola, deve estar tomando ginseng, guaraná e ervas medicinais variadas, porque corre cada vez mais.

Moutinho: Tendo assumido seu lado místico, pintou e bordou vestido de laranja.

Heitor (1o. tempo): abriu o placar com um belo gol, no contrapé do desafortunado goleiro, por coincidência seu progenitor. Marcou bem, mas jogou melhor no segundo tempo (ver abaixo).


BRANCOS SEM VERGONHA:

Lito: o Cruyff do Leme se desesperou ao ver as duas escalações. Pensador pós-moderno, sabia que uma trolha inevitável e sinistra se aproximava. Durante o jogo fez um belo gol e teve uma atuação magnífica no gelobol.

Alvito: o mesmo perna-de-pau de sempre, pelo menos desta vez foi poupado pelas falanges de espíritos e entidades maléficas em geral. Perdeu um gol incrível, mas foi apenas a falta de categoria que o persegue desde que chutou uma bola pela primeira vez.

Geo: especialista em Teatro do Oprimido, esse cara se sente à vontade de colete branco...

Yes, nós temos Fraguinha: começou a aquecer a língua afiada já no bate-bola, espinafrando merecidamente os muitos ausentes. Durante o jogo, então, com o time dele tomando um sacode, foi uma beleza. Na linha não fez um mísero golzinho. Uma revelação como goleiro, posição boa pra quem gosta de ficar plantado esperando a bola e gritando com o resto do time. Outro que arrebentou no gelobol: se fosse escrever tudo que ele pediu iria gastar toda a memória do Google.

Thiago Neves: por falar em ficar parado, agora sabemos porque está na reserva no Hamburgo. Estava em um dia de Dimba. Menos um colete para lavar.

Heitor (2o. tempo): foi o fator predominante para a vitória "moral" dos branquinhos no 2o. tempo, devido à garra que contaminou toda a equipe. Diga-se de passagem que não só comeu muito feijão com arroz durante toda a semana, mas havia papado três pratos de feijoada na noite anterior.

Lucas: Merecia melhor sorte. Também lutou muito contra os zagueiros adversários, levando vantagem por diversas vezes e marcando três dos sete gols branquelídeos. A sua categoria transforma os passes estilo "tijolo" em fenomenais assistências. Um desperdício de talento, fez até gol de letra. Agora, vá escolher mal o time assim lá ...

P.S: A pedido do Lito, registro que desta vez o Geo levou os coletes para lavar. Espero que os leve para benzer nos Capuchinhos. Também conheço um terreiro muito bom em Mesquita...

Um comentário:

Rodrigo Ferrari disse...

Meus queridos,
escrevo de casa pois desde sábado estamos sem internet na loja. Escrevo também pois hoje é quarta e ninguém fez um comentariozinho sequer essa semana no espaço virtual do Gelobol. Pô, assim o Alvito cansa, com razão... Vamos prestigiar o comentarista aí, moçada!
E já estou preparado para a força tarefa de domingo, fiquem tranquilos que ao fim da peleja os aguardaremos numa de nossas sedes sociais, o larguinho em frente ao Casual Retrô.
Boa pelada!
Digão