domingo, 7 de dezembro de 2008

No creo en brujas pero el colete blanquito...

Caros geloboleiros, há coisas que contando ninguém acredita, só o colete branco explica. Nosso querido Moutinho, ilustre jornalista, homem letrado e iluminista de escol, havia decretado o fim da maldição (ver postagem anterior), para ele um "botafoguismo" infanto-juvenil, uma reles superstição indigna de um grupo tão seleto. Pois bem, pois bem, nosso Voltaire tropical escalou um timaço para sepultar de vez essa suposta maldição. E o que ocorre?
O já mencionado enciclopedista sucumbe inapelavelmente perante as forças misteriosas, esotéricas e macabras que rondam o colete branco feito fantasma de história em quadrinhos. Com ele todos os branquinhos. Nove a oito para a Laranja Invencível, insuperável, incomparável.

Não foi a derrota, senhores, não foi a derrota, fato normal e que poderia ser atribuído a uma mera coincidência. Foram, entre outras coisas, os inúmeros tentos perdidos pelo próprio Moutinho que não crê em bruxas mas não pode explicar como todas (eu disse to-das) as suas bolas assumiam uma curva inevitável ao sairem de seus pés de ateu empedernido, subiam feito balão junino em pleno dezembro e passavam longe da meta. Sem falar naquela que tirou tinta do travessão.

O fenômeno mais sinistro, entretanto, não foi protagonizado por ele e sim pelo infelicíssimo Alvito, para delírio do filho número 113 do Santos, que rolava de rir e dava gargalhadas pantagruélicas deliciosas à beira do campo. Conforme íamos relatando com nossa habitual neutralidade científica, o desafortunado que vos escreve foi vítima por duas vezes de um ataque das forças sobrenaturais. Da primeira vez, devido à atuação de um espírito obsessor e sacana, Alvito, então no gol, simplesmente esqueceu-se da sua tarefa por dois minutos, saiu de perto da meta como se atacante fosse e viu a bola entrar no gol com o time inteiro gritando (inclusive ele!), cadê o goleiro, cadê o goleiro? Em outro lance, em uma bola praticamente recuada pelo ataque adversário, o desgraçado goleiro (sim, desta vez ele pelo menos se lembrava de quem era, aonde estava e o que tinha vindo fazer ali) deixou a bola escorregar lentamente por suas mãos e entrar caprichosamente no gol. Dois gols, senhores, que podemos claramente qualificar de paranormais, repito: PARA-NORMAIS!!!


Após a tão ansiosamente esperada resenha das atuações individuais, iremos descrever as providências que tomaremos para que nossa pelada não se transforme em um parque de diversões para entidades gozadoras, espíritos malévolos, demoníacos e afins.


LARANJA INEXPUGNÁVEL


Digão: "Colete laranja, oba!" disse nosso Gutemberg da Rua do Ouvidor, pensando em amealhar a sua vitória de número 387 e nos prováveis golzinhos que faria com o colete abençoado. Aliás, a pedidos do próprio relembro que semana passada ele fez dois. Infelizmente, talvez ainda contaminado pelos eflúvios branquelistas do domingo passado, sentiu o joelho aos cinco minutos e saiu de campo. Arrebentou no gelobol, todavia, contando histórias dos mais variados matizes, todas engraçadíssimas, principalmente diante de uma platéia de bons amigos. Foi substituído (em campo, que no gelobol é insubstituível) por

Geo: Vindo de contusão, teve uma atuação magnífica. Salvou tudo na zaga e nos últimos 10 minutos, tornou o gol laranja uma muralha intransponível.

Thiago Neves: Muita movimentação, quatro gols e a promessa de voltar do Hamburgo para encerrar a carreira no gelobol.

Vinicius: Zagueirão, sobe de produção a cada semana.

Café: Inaugurou o merchandising da pelada ao vir com chuteiras cor de ... café. Rápido e estonteante, envolvente, insinuante, correu mais do que coelhinho de desenho animado.

Carlinhos: nem um mísero golo, outro que parece estar vivendo o seu inferno astral. Desgostoso da vida, quase se inscreve no campeonato de barrigadas disputado nas fétidas águas da outrora paradisíaca Baía de Guanabara. Não é pra tanto, pá, calma.

Manuel: Descoberto por Ratinho, atravessou o túnel para destroçar a defesa dos infelizes portadores do colete branco. Quatro gols, que estréia!

Pratinha: Arrancadas fulminantes que iniciavam os ataques laranjais. Grande atuação também na defesa. E fez um gol, querem mais?


BRANCOS DE VERGONHA

Vítor: Lutou o quanto pode contra as forças do Além. Defendeu, armou, atacou, fez três belos gols mas soçobrou na nau dos desesperados que é o colete branco.

Alvito: Estava tendo a atuação incompetente, inodora e inepta habitual quando a tragédia já referida nos primeiros parágrafos o vitimou inexoravelmente. De castigo, teve que levar os coletes (inclusive aqueles que evitamos mencionar para não dar azar) pra casa!

Ratinho: Um gol e muita luta. Da próxima vez que trouxer um amigo bom de bola, busque colocá-lo no seu time, roedor.

Banda do Zé Pretinho: Boa atuação na defesa, prejudicado por seu companheiro de zaga e infortúnio, o já referido Alvito.

Cabañas: Uma das melhores atuações individuais que o gelobol já presenciou. Não tomou conhecimento da maldição e fez três gols além de movimentar-se inteligentemente e caprichar no toque de bola inteligente. Merecia melhor sorte, se tivesse jogado de colete laranja teria sido uma goleada.

Moutinho: Desprezou a lenda branquicida com o resultado que todos conhecem. Marcou um gol depois de 482 tentativas.

Heitor: Seu primeiro jogo como permanente. Primeiro tempo abaixo do potencial. Na etapa derradeira mostrou muita raça. Bastante ajudado pela solidariedade dos companheiros.

PROVIDÊNCIAS: durante a semana vocês serão informados dos passos que a diretoria do gelobol irá tomar em caráter extraordinário para evitar que sejamos todos reféns do sobrenatural.

Tenho dito e até domingo se a minha casa não pegar fogo com estes coletes aqui, socoooorrro...

5 comentários:

Luciano - Mauro Galvão disse...

Pois é, não posso nem afirmar que a maldição se perpetuou por minha ausência, visto que na semana passsada fui um dos responsáveis direto pela derrota braquicela, falhando aabsurdamnete em pelo menos dois gols dos laranjas mecanicos.
Agora vou dar uma de Moutinho, semana que vem isso acaba, desde hoje afirmo que quero jogar com o branquelo e acarda de vez com esse racismo nada velado contra os brancos.
Vou continuar comendo acarejé aqui em Salvador até querta feira, me preparando para o tento de domingo que vem.
Ps. e navida real, tudo aconteceu como o esperado, o vasco na segundona do brasileirão e o menguinho na segundona das americas, para quem já tinha comprado o chopp dotitulo a mais de um mês, deve ter sido muito frustante não é meus amigos, Digão, Vinicius e Café!
Todos na segundona no ano que vem, rsrsrsrsrsrsr.

Luciano Galvão Odivan

Rodrigo Ferrari disse...

Meus amigos, o domingo não foi mesmo dos melhores. O joelho está inchado à beça, meu Flamengo tomou outra piaba no Paraná, nosso freguês de carteirinha caiu... Sei não...
O que salvou o dia foi a atuação do querido Papaire. Pouca gente ficou sabendo, mas o galhardo português agiu com destreza e sabedoria ao salvar do suicídio nosso não menos querido Luciano, que após se consumar a tragédia vascaína, ameaçou jogar-se da marquise de São Januário. Nosso Papaire, com muita coragem, engatinhou junto aos bombeiros e conseguiu convencer o amigo. Depois, afirmou que foi fácil: "ele (lembro aqui que para o portuga, eu e ele são a mesma coisa) só disse a ele que o Flamengo também tinha apanhado, daí animei o gajo".
Valeu Papaire!

Unknown disse...

Um dos posts mais engraçados que li até agora, parabéns... Mas considerando a promessa dos vários amigos que jogarão de branco no próximo domingo, vai é faltar gente para jogar de laranja.
Com relação ao Vasco, fiquei triste. Infelizmente a Portuguesa (infelizes times portugueses no Brasileirão) não passou o time da colina na tabela, o que faria o rebaixamento ser ainda mais engraçado. Imaginem o Vasco sendo o vice-rebaixado? Ia ser perfeito... hehehe

Até domingo.

Geo disse...

Completando a atuaçao de nosso goleiro Alvito. Seu frango homerico foi semelhante ao que aconteceu como Pagliuca da Italia, na final da copa de 94 contra o Brasil. Veja abaixo

http://www.youtube.com/watch?v=AjiLS3R10NE

A pequenina grande diferença é que
o comedor de massas, talvez por isto, teve a sorte de sua bola bater na trave e a de Alvito entrou nas redes.

Marcos Alvito disse...

O Geo me pediu que colocasse esse comentário:

Completando a atuaçao de nosso goleiro Alvito. Seu frango homerico foi semelhante ao que aconteceu como Pagliuca da Italia, na final da copa de 94 contra o Brasil. Veja abaixo

http://www.youtube.com/watch?v=AjiLS3R10NE

A pequenina grande diferença é que
o comedor de massas, talvez por isto, teve a sorte de sua bola bater na trave e a de Alvito entrou nas redes.

http://www.youtube.com/watch?v=AjiLS3R10NE
Pagliuca